Será a narrativa da criação no Génesis, apenas uma introdução ás Escrituras
Bíblicas? O que escondem os seus versos? Mito, invenção ou verdade cientifica?
Este livro procura abordar a questão sobre a qual tanto cientistas como
religiosos se sentem desconfortáveis.
A ciência rejeita a historia liminarmente, primeiro com um esgar seguido de
raiva, e a Igreja Católica remete-a para uma mera introdução ás escrituras. "O
relato bíblico da Criação é um texto religioso com ensinamentos religiosos",
dizem. "Não há ciência presente", "não deveríamos procurar nela explicações
cientificas", claro.
Mas. Tenho que admitir que sempre fui um duro critico do Génesis. Estava sempre
junto daqueles que tentavam esconder um sorriso e mudavam de assunto para evitar
discuti-lo. Falar sobre o Génesis e a criação parecia-me impensável. até há uns
meses atrás.
Passou cerca de um ano desde que o meu filho mais novo me perguntou sobre Deus
com grande interesse, mais do que era habitual.
Na altura, conversámos, eu expliquei-lhe tudo o que sabia e combinámos ler os
livros sagrados de todas as grandes religiões para que pudéssemos expandir os
nossos conhecimentos/ conceitos.
Começámos, então, a ler, primeiro a Bíblia , como o livro mais importante do
Catolicismo-Judaísmo-Islão, para continuar depois com o Bhagavad Gita do
Hinduísmo-Budismo
Quando lhe li a Bíblia, enquanto avançávamos com o Livro de José, tive aquilo a
que se poderá chamar de uma revelação. Compreendi a razão de ser da Bíblia, a
razão para a criação do Povo Escolhido, a razão para a vinda do Messias, a
Criação, o Éden, as políticas da Igreja Católica, a monumental missão do Povo
Judeu, o politeísmo, o monoteísmo, e muito mais. Esta revelação causou-me um
choque tal que eu decidi escreve-lo e derramei-o no meu livro Un único Dios (Um
Único Deus).
A explicação da história da Criação no Génesis deveria fazer parte daquele livro,
mas após analisá-lo com o meu editor e conselheiro literário decidimos que o
melhor seria separá-lo noutro livro uma vez que pedia um tratamento especial.
Quando terminei o livro Un único Dios, em Agosto de 2011, voltei á narrativa da
Criação no Génesis e dediquei-me a resolve-la.
Para mim era claro que a história do Génesis era real; havia factos que poderiam
ter acontecido mas que foram, de alguma forma, dissimulados.
Qual era a chave? Qual seria a pedra de Roseta que me permitiria interpretar
aquela narrativa?
A chave, descobri, era que a história - o texto- era a narrativa de alguém que
estava a contar o que estaria a ver. Essa era a chave - o quadro, por assim
dizer- onde tive que montar todas as peças deste puzzle.
No texto da Criação havia um observador, um narrador. Não eram apenas versos,
não, estava claro que era uma narração: a narração de um observador.
Ao introduzir esta variável, o narrador-observador, tudo passou a fazer sentido.
Daí em diante o resto era olhar apenas para as questões certas: Era uma visão ou
uma revelação? Ou os dois? Qual a duração desta visão? Quem era ele? Onde vivia?
Onde estava?
O local, o local era crucial.
O observador e a sua localização eram as pedras basilares para a compreensão da
história da Criação.
Este livro descreve a minha jornada entre a Bíblia e a Ciência num movimento
permanente para trás e para a frente até conseguir desvendar o mistério.
Gostaria de o encorajar a juntar-se a mim nesta descoberta.
Vamos beber um café, encontrar uma cadeira confortável e deixar os preconceitos
de lado por um momento.
Vamos abrir as nossas mentes e ver os mistérios que foram escondidos nos versos
do Génesis por mais de três mil anos.
A versão que usei para esta comparação foi a Bíblia de Jerusalém.
A Bíblia de Jerusalém é uma versão da Bíblia publicada por partes entre 1948 e
1953 que a Escola Francesa Bíblica e Arqueológica de Jerusalém publicou mais
tarde como resultado da tradução para francês dos manuscritos gregos e hebreus.
Mais tarde foi traduzida para outras línguas locais entre elas o Espanhol.
Optaram por comparar a tradução com os textos originais em Hebreu, Aramaico e
Grego.
1 Ver anexo 1
2 Bhagavad-Gita, A escritura Hindu mais relevante. É considerado um dos mais
importantes textos religiosos em todo o mundo. O termo Bhagavad-Gita significa a
canção de Bhagawan (Bhagawan, Deus, O que tem (total) opulência). É, muitas
vezes chamado apenas de Gita (Gi-tá). Embora o pronome em sânscrito seja
feminino Gita ("canção"), em português é traduzido como masculino. Faz parte do
texto épico do Mahabharata (possivelmente do 3º século AC) e é composto por 700
versos. Contém um diálogo entre Krishna - a quem os hindus consideram a
encarnação de Vishnu (enquanto os "Krisnaistas" consideram-no a própria origem
de Vishnu), ou como a principal personificação de Deus - e o seu primo e amigo
Arjuna no campo de batalha momentos antes do inicio da Guerra de Kurukshetra. Em
resposta á confusão e ao dilema moral de Arjuna, Krishna explica-lhe todos os
mistérios da espiritualidade. Durante este discurso, Krishna revela a sua
identidade enquanto o próprio Deus (suaiam Bhagawan), abençoando Arjuna com uma
visão impressionante da sua forma divina e universal entre outros ensinamentos.
3 Embora uma grande facão do Budismo negue que a essência da sua doutrina reside
no Bhagavad-Gita, e portanto, no Hinduísmo, é inegável que os ensinamentos de
Buda são baseados ou mesmo idênticos aos do Hinduísmo: darma (a Ação correta) e
o fim do samsara ( o ciclo de renascimentos - a roda de samsara) para obter o
nirvana (a iluminação).